O mundo é feito de histórias. O mundo da música (e dos artistas, em especial) ainda mais. Todos eles carregam na lembrança uma infinita variedade de narrativas a respeito de discos, canções, shows inesquecíveis (que foram e que fizeram), estrada e assim por diante.
Com o guitarrista Rafa Schüler, não é diferente. Ele foi convidado para estrear uma seção no nosso blog. Na última segunda-feira de cada mês, um artista irá contar para vocês qual foi o álbum que mais marcou a sua vida.
E no caso do Rafa, o álbum não poderia ser mais emblemático. Para ele, esta obra praticamente definiu tudo em sua carreira artística. Para se ter uma ideia da importância, foi quando a banda se apresentou no primeiro Rock in Rio, em 1985, que Rafa teve a certeza de que seria guitarrista pelo resto de sua vida.
Estamos falando da lendária banda AC/DC. E o álbum é “If you want blood, you´ve got it”. (Aliás, tá rodando no Spotfy aqui enquanto redijo este artigo!!!)
Schüler lembra de ter gasto, mais de uma vez, a agulha do aparelho ouvindo essa obra-prima. “Era engraçado, pois tocava com a guitarra desligada e estourava muitas cordas. Ainda não sabia tocar direito, era o começo de tudo, e quem arcava com o prejuízo era a minha avó, Ione, que sempre me dava grana para comprar as cordas da minha Tonante preta, minha primeira guitarra e que tenho até hoje”, recorda.
Até hoje, o músico ainda ouve o disco. “Faz muito bem ao corpo, aos ouvidos, me traz ótimas lembranças”, conta. E ainda dá uma dica para quem, por acaso, não o tenha escutado. “OUÇA ALTO!”
O Álbum
If You Want Blood You’ve Got It é o primeiro álbum ao vivo da banda australiana de rock AC/DC, originalmente lançado nos Estados Unidos em 21 de novembro de 1978. Todas as canções foram escritas por Angus Young, Malcolm Young, e Bon Scott. Não existe certeza acerca da fonte do disco, mas o mais certo é que a performance foi retirada de um show no Teatro Apollo de Glasgow durante a turnê de 1978.
O disco é considerado um dos melhores ao vivo já lançados. São 10 canções, entre elas algumas que se tornaram clássicas como The Jack e Whote Lotta Rosie (que o nosso músico convidado ainda não cansou de escutar!). Segundo a crítica, a produção foi eficiente em captar a crueza e urgência das performances do grupo.